sábado, 21 de janeiro de 2017

23:11

Penso como poderia introduzir minhas viagens até agora por aqui.
Escrevo no note da minha anfitriã em Imbituba, Sc.
Aqui na Barra de Ibiraquera, estou ao lado do mar, das dunas, matagais e estrelas (abundantes neste céu tão limpo e sem interferência de iluminação artificial absurda e prédios pra todo lado).
Quando postei no meu perfil do facebook que planeja viajar para o litoral, a E* me ofereceu estadia aqui na sua casa; só depois de nos vermos pessoalmente lembramos que havíamos nos conhecido em um curso de comidas veganas em Porto Alegre alguns anos atrás.

Hoje acordei bem cedo, perto das 5h20. Minha companheira de viagem - que esteve comigo durante pouco mais de uma semana, dentre alguns lugares, trilhas e caronas -, a C* pegou o bus de volta à 'civilização' neste sábado. Fui até a rodoviária me despedir. No caminho de volta, a E* foi dando carona pra algumas colegas de trabalho que achou pelo caminho, algo que ela faz com frequência.

Lá pelas 11h saímos novamente, dessa vez pra largar um amigo no Siriu. Acabamos dando algumas voltas por ali; o plano era ir em alguma cachoeira próxima, porém a Cachoeira do Macacu é na verdade um parque de diversões pelo jeito. É cobrado 15 golpes pra você poder 'desfrutar' da infra-estrutura com tirolesa, escalada, piscinas, churrasqueiras, etc. Se você quiser apenas visitar é 10. Só falta querer privatizar o mar agora. Qualé galera, que mancada. Nem os próprios moradores do Macacu podem se refrescar ali sem pagar pra entrar.

Enfim, seguindo trajeto, enxergamos plaquinhas onde se lia "verduras orgânicas" e a E* foi atrás delas, até nos depararmos com uma senhorinha, que nos atendeu e disse pra sentar enquanto a filha estava à caminho, chamada por um menino. Lá veio a moça, sorridente, chamando pra segui-la afim de colher os legumes frescos. Com um sistema simples de irrigação e muito trabalho e cuidado, a família mantém um espaço onde plantam salsa, cebolinha, rúcula, alface, pimentão, couve, etc. Saímos de lá com bananas e abóboras também. Felizes e crendo numa economia mais viável e saudável, resolvemos dar uns mergulhos na praia de Garopaba pra aliviar o calor abafado que fazia pela tarde.

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À beira mar, diversos guarda-sóis ocupavam a areia, marcando presença de diversas famílias à procura de descanso e lazer. Muitos barcos, pedalinhos, caiaques e alguns jet-skis circulavam pelas águas verdejantes e incrivelmente calmas, praticamente sem ondas. Ao entrar na água, me sentia mais num pedaço da Bahia que de Santa Catarina. Apesar de nunca ter visitado o famoso estado (ainda); os morros, casas nas encostas das rochas e aluguel de barcos e pranchas no entorno - além da própria visão paradisíaca - lembravam-me imagens que havia visto do Nordeste do Brasil.

Nadamos até os dedos ficarem murchinhos e a boca enrugada, em meio às algas que despontavam das rochas próximas e pedacinhos de águas-viva pinicando a pele. Demos um pequeno descanso nas pedras, catamos algumas conchinhas e fizemos o retorno pela trilha que leva de volta à beira.

Cansada, vim na carona de olhos fechados, grata pela tarde de sereia e as aventuras vividas.


Trilha da noite >> Vashti Bunyan – Just Another Diamond Day (Full Album)

Imagem: Aquarela e café s/ canson, 2016.

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